
Só que nem todas as normas são boas. Existem aquelas que levam à doença, ao conflito, à morte. E aí é que a norma leva à normose , ou seja, uma doença mental para além da neurose e da psicose e que ainda não foi descoberta pela psiquiatria e talvez, por isso mesmo, ainda não tenha sido classificada pelo PIB.
Alguns exemplos de normose: o cigarrinho depois (ou antes) do cafezinho. Além de viril, o cigarro confere um ar de desenvoltura àquele que fuma. E o chopinho da sexta feira? Este é sagrado, não é? Não mata, mas pode dar uma barriguinha. E a caIpirinha? E o baseado? Não tem problema, todo mundo faz! Por que não? E depois, o que vão pensar de mim?
A normose leva a hábitos inconscientes perniciosos, como o hábito natural de comer arroz polido, pão branco, café, carne, açucar branco, ovos com hormomas, tranquilizantes, mania de remédios , som bem alto, etc., etc. A normose na agricultura leva ao hábito dos agrotóxicos, das queimadas, da crença de que a fertilidade da terra é inesgotável; na educação, gera métodos de ensino que levam à produção de autômatos em série; na política, a prática normal da corrupção pela ausência natural de valores éticos; na relação entre os sexos, o machismo, que é a crença numa supostamente natural superioridade do homem sobre a mulher.
E, finalmente, a normose na ciência ( ficou por último, mas não por acaso), e que pode estar na base de uma crença generalizada na separatividade, que, sob a forma de dualismo, gera distorções básicas na percepção da realidade. Um exemplo disso é a exigência de “objetividade”, em teses e pesquisas do estudo acadêmico, que elimina a percepção singular do sujeito em favor daquilo que todos vêem no objeto. Como se isso fosse possível... mas, assim é o método científico. Onde está o sujeito que sente, percebe, opina, julga, escolhe? O cientificismo o descarta sumariamente...

Fazendo uma brincadeira com as palavras, Pierre Weil indicou, na inflação de produtos no mercado, o estímulo à consumatose, que é a compulsão de comprar. A normose na educação via informática, submetida à consumatose, leva à informose. E não pára aí...
Será que teremos que inventar uma normoterapia para combater essa estranha doença de nosso século?
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