As meninas nem sempre tinham ordem de sair de casa ou por vezes arranjavam pretextos para ficar portas adentro. Os namoros sobreviviam de olhares furtivos na Igreja ou no Areal ou de pequenos incidentes e escapadelas.
A aldeia não tinha luz, nesses tempos e à noite , as ruas eram bem escuras e o silêncio absoluto. Logo que os pais saíam de casa , ela fazia o sinal com a vela ou o candeeiro de petróleo, junto da janela. Ele via e sabia que podia ir até junto do muro. A irmã mais nova ficava de guarda, na janela do outro lado da casa, até ouvir fechar o portão da casa da Tia . Sabia que os pais vinham a caminho, descendo a rua e contornando a esquina , chegando ali num instante. O tempo suficiente para ele desaparecer como tinha chegado e elas se meterem na cama, fingindo dormir.
A mãe dava uma espreitadela ao quarto, antes de se ir deitar, nunca tendo desconfiado de nada.
Ela e ele casaram e tiveram um rancho de filhos, mas os namoros de agora já não são o que eram...
8 comments:
De facto perdeu-se muito da magia e do interesse que outrora existia!
Tamvez tambem por isso ja nao haja lugar a "ranchos de filhos".
Um abraco d'Algodres.
Queria dizer "talvez"
Obrigada pela tua visita.
Gostei de ler este texto, que me recorda outros tempos: Havia exageros então, e há exageros agora, no sentido contrário. Nunca sabemos encontrar o meio termo...
Reparei que és da Guarda, onde, como diria o Malato, eu já fui muito, mesmo muito feliz.
Um abraço e boa semana
Já não há namoros desses, como também não há ranchos de filhos. A vida muda, uma boa semana para ti.
Beijos.
al cardoso
os tempos são outros ...
margri ,
como diria o Malato tb já fui muito feliz na Guarda ... e em Avelãs de Ambom tb!
Beijinhos para ti
pandora
a curiosidade é ouvirmos agora estas histórias de familia e saber como decorriam os namoros antigamente...
É, avelana, nem os namoros nem quase tudo o resto...
É a lei da vida, embora houvesse maior "encanto" no meu / nosso tempo...
Beijos
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