As amigas dos noivos esperavam o cortejo nupcial à saida da igreja e diziam:
Façam alta, meus senhores,
Façam favor de esperar:
Queremos dar este ramo
A quem vem de se casar.
Depois, voltando-se para a noiva, continuavam:
Aqui tens este raminho
Feito da raiz dum cravo.
Que Nosso Senhor te dê
Um homem do teu agrado.
Aqui tens este raminho
De flores de avelaneira.
Ainda te hás-de lembrar
Da mocidade solteira.
O laço que te prendeu
Era de seda amarela.
Não o tornes a desdar,
Fica sempre presa nela.
O laço que te prendeu
Era de seda torcida.
Não o tornes a desdar,
Conserva-o toda a vida.
O laço que te prendeu
Era de seda bem forte.
Não o tornes a desdar,
Conserva-o atá á morte.
Textos retirados do livro: Literatura Popular de Trás os Montes e Alto Douro, IV Volume (Miscelânea) por Joaquim Alves Ferreira Ano: 1999
Bailemos nós já tôdas três, ai amiga,
So aquestas avelaneiras froildas
E quen fôn velidas, como nós, velidas,
Se amig'amarSo aquestas avelaneiras frolidas
Verrá bailar.
Baliemos nós já todas três, ai irmanas,
So aqueste ramo desta avelanas,
E quen bem parecer, como nós parecemos
Se amig'amar
So aqueste ramos destas avelanas
Verrá bailar.
Por Deus, ai amigas, mentr'al non fazemos
So aqueste ramo frolido bailemos
E quen bem parecer, como nós parecemos,
So aqueste ramo so lo que bailemos
Se amig'amar
Verrá bailar.
3 comments:
Que ricas avelas e que "post" excelente.
Um abraco d'Algodres.
Olá,Avelana
Já te agradeci no post do Thinker blog.
Às cantigas...com avelãs respondo-te com poesia. Espero que gostes;)
"Vem, poesia,
cobre a dor de teus pobres jograis,
enquanto os galos erguem, triunfais,
as dádivas do dia!
(...)
Ó rosa a resistir ao implacável inverno!
Ó palavras em vôo nupcial
a salvar os pombos de bruma vesperal!
Com teus verdes segredos e vinhedos
és, poesia, a imaginária via
de andorinhas libertas de rochedos
a levar, na âmbula do olhar,
a lembrança de relvas e avelãs
que se ofertam, felizes, nas manhãs."
Artur Eduardo Benevides
(do livro Noturnos de Mucuripe & Poemas de Êxtase e Abismo,
Ed. Casa José de Alencar, 1992)
Avelana, hoje tive um ouco mais de tempo de passear pelos Blogs e comecei desde o início...
Que maravilhoso o lugar onde moras, parece um filme...
E o que sinto ao ler teus post...
É vida....
Beijo grande
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