Freguesia do concelho da Guarda, Avelãs de Ambom está afastada desta cidade cerca de dez quilómetros para norte e implantada na serra da Lomba. Da origem do nome não se conhecem documentos mas é voz corrente que Avelãs surgiu da abundância de avelaneiras que em tempos houve neste lugar. Quanto ao nome Ambom, recolhem-se na tradição oral duas hipóteses: ou o nome se deve a um povoador medievo ou resultou do termo “Ano Bom”. Justificam os defensores desta segunda hipótese que em tempos recuados houve na região um “mau ano agrícola” a que Avelãs terá escapado, passando por esse motivo a ser distinguida como Avelãs do Ano Bom. Da história do povoamento deste lugar as informações são escassas. Existe, no entanto, no espaço da freguesia vestígios de uma antiga fortaleza, que de acordo com o pouco que se conhece seria formada por uma torre ou castelo e uma muralha em seu redor. Enquadrava-se no sistema defensivo desta vasta região beirã. A 250 metros do rio Massueime, encontrava-se no cume de um outeiro. Inicialmente habitado pelos primitivos povos lusitanos, o castelo de Avelãs de Ambom acabou por ser posteriormente romanizado, à semelhança da generalidade dos povoados castrejos do nosso País. Apesar de hoje estar praticamente derruída e não restar nada mais além de um monte de pedras, parece este castelo ter sido restaurado pelos reis portugueses da primeira dinastia, durante a restauração da independência (século XVII) e até aquando das invasões francesas. A este castelo se refere Sant’Anna Dio-nísio no seu “Guia de Portugal”: “Simples paragem num cerro. (...) À esquerda da linha, no meio dos montes escabrosos, ocultam-se as aldeais de Rocamonde e de Avelãs de Ambom. Perto desta última, a 250 metros da margem direita da ribeira de Massueime, há restos de uma antiga torre e cerca amuralhada, e vestígios de um castro. O nível da linha aproxima-se de oitocentos metros de altitude”. O mais antigo documento que se conhece e que faz referência a este lugar é o “Cartolário Livro das Doações do Mosteiro de Salzedas”, onde Frei Baltazar dos Reis escreveu: “Pelágio Moniz (isto é, Paio Moniz) fez doação ao mosteiro de metade do lugar de Avelãas e do que tinha em Rocamondo e em Porta de Sereijo, em tempo de el-rei dom Afonso”. Mesmo não sabendo a qual dos nossos reis de nome Afonso se referia, esta citação permite concluir que pelo menos no século XIII Avelãs de Ambom já existia. Demograficamente, esta aldeia, que no início do século contava com 405 moradores, tem diminuído progressivamente e actualmente tem cerca de 150 moradores. De referir ainda que esta é uma população com uma média de idades bastante elevada. Em termos ocupacionais, os mais novos procuram emprego na cidade enquanto os mais idosos continuam a praticar a agricultura que sempre os ocupou, uma vez que poucos foram os que trabalharam noutros locais e porque na aldeia nunca houve indústria ou artesanato. As culturas continuam a ser as tradicionais: centeio, milho, feijão e batata. A pecuária nunca teve nesta aldeia significativa representação. Já a pastorícia, em tempos praticada em simultâneo por alguns agricultores, é hoje representada por dois rebanhos de ovelhas. Um trabalho que ainda chegou a ocupar gente da terra foi a moagem de cereais feita em moinhos tradicionais, hoje em ruínas, que existiam ao longo da ribeira de Massueime. Este curso de água que nasce junto da cidade da Guarda e desagua no rio Côa é limite da freguesia de Avelãs de Ambom com a freguesia de Rocamondo. Nesta aldeia, de aglomerado tipicamente concentrado, misturam-se as casas de construção moderna em cimento com as casas típicas de granito. No centro da povoação está edificada a igreja paroquial. De estilo típico de finais do século XVII, esta igreja apresenta uma só nave com capela-mor. Aí se pode ver um retábulo em talha dourada e policromada. A separar a nave da capela-mor, um arco decorado com pintura floral estilizada e onde se pode ver a inscrição 1789. A ladear este, existem dois retábulos do tipo do existente na capela-mor. Merece destaque o tecto em madeira totalmente decorado com imagens bíblicas de certo interesse plástico, em especial com a imagem da Imaculada Conceição. Dedicada a Nossa Senhora da Conceição, apresenta uma imagem desta invocação no lado direito do altar-mor. Os dois altares laterais são dedicados respectivamente a Nossa Senho-ra das Dores e a Nossa Senhora do Rosário. Num plinto, pode observar-se a imagem de Nossa Senhora de Fátima. A festa que todos os anos se realiza em homenagem à Imaculada Conceição é a mais importante da freguesia e uma das mais concorridas da região. O orago de Avelãs de Ambom, Nossa Senhora da Conceição, é objecto também de um carinho e uma devoção muito especiais por parte da população. A própria bandeira da freguesia está pintada com uma imagem da Virgem. AQUI MAIS INFORMAÇOES.
Se chegaram ate aqui, façam mais um esforço e vejam o apelo para salvar um golfinho-bebe - precisam-se voluntarios AQUI
10 comments:
Bem, sim sra.
Eu adoro saber coisas sobre as nossas terrinhas de Portugal e esta tua maneira é muito boa. :))
Adorei o Post.
Beijinhos
Muito aliciante, como programa de visita histórica e natural.
Obrigada, beijos
Tô falando que vou ter quue sair do Brasil...
Olá!
Obrigado pela visita a casa do Costa Lima.
Como se chamava o teu tio que trabalhou no Alexandre Herculano?
Eu andei lá de 1959 a 1966.
Confesso que não li o post :-(
Beijinhos
Avelãs de ambom conhecendo tão bem Sintra e arredores. Apesar dos balcões serem todos transmomtanos por aqui, nas aldeias também se vêem.
Olá!
Ferreira Mateus não me diz nada!
Provavelmente é de um período posterior ao meu (59/66).
Já sou muito antigo...eh eh
Beijnhos
bijouxka
tambem tens coisas muito bonitas ...beijinhos
anamoris
temos varias vertentes - a cultural e ambiental e a angariaç~~ao de fundos para o nosso Centro de Dia.
Procuramos tb trazer mais pessoas aqui e dar a conhecer a nossa aldeia
Gostei de ler tanta informação sobre uma das terras deste nosso Portugal. Há tanta coisa que não conheço.... Muito bom. **
VIAJANTE
os raros empregos que por aqui surgiam eram muitas das vezes na CP e muitos chefes de familia ai ganhavam o seu sustento. Na epoca , a CP tinha diversas Colonias de Ferias para os filhos dos funcionarios , uma das quais na Praia das Maças. Para muitos de nos era a unica possibilidade de ir a banhos e sair da terrinha, conhecendo essa maravilhosa regiao de Sintra!
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