



Com o centeio moído nas azenhas, cozia-se o pão. O forno em Avelãs de Ambom era comunal.. O pão de centeio era uma especialidade das Beiras , amassado e tendido por quem sabia. Levava cada pão uma cruz : “Deus te acrescente que é para o comer muita gente” e ia ao forno. Durava umas três semanas, sem muito enrijecer As merendas e muitas vezes o jantar era uma fatia de pão com uma sardinha frita ou pão com azeitonas , raramente pão com queijo. Com a navalha cortando pedaços de pão rijo e pedacinhos de conduto, mastigando devagar, ia-se comendo e conversando.Além do centeio, desempenhou importante papel na alimentação dos povos das abas da Serra a castanha. Em Outubro, o castanheiro está coberto de ouriços que deixam cair a saborosa castanha. Vêm em boa altura. Há tempo vago para se apanharem os soutos e a castanha é um comer de sustancia, assada ou cozida.
A pobreza era geral e as exigências das comunidades mínimas. Os caminhos, as obras da igreja, as festas e as romarias eram com os mordomos e a gente mais pronta.
O Estado fazia, quando muito, a escola e cobrava regularmente a décima. A Câmara cobrava a licença do cão, do burro, o imposto braçal e botava derrama, quando algum melhoramento urgente se impunha…
Serra da Estrela e as suas beiras - Viriato Simões







































